O protagonismo de Berta Ribeiro na disseminação da cultura indígena no Brasil

 

Arquivo Central - (ACE) · expositor 2-1

Expositor 03

Legenda: Ruth Sousa. “Retrato de Berta Ribeiro”. Marrom Van Dyke sobre papel Arches. 60 x 40 cm. 2023.

 

Descrição: Retrato de Berta Gleizer Ribeiro em sua primeira expedição - trabalho de campo no qual acompanhou Darcy Ribeiro em suas pesquisas sobre as comunidades indígenas Kadiwéu, Kaiwá, Terena e Ofaié-Xavantes, do Sul do Mato Grosso.

 

Arquivo Central - (ACE) · expositor 2-2

  

Arquivo Central - (ACE) · expositor 2-3

 

VIDA PESSOAL

Nascida no dia 2 de outubro de 1924, na cidade de Beltz-Bessarábia, Romenia, Berta era filha de Motel e Rosa Gleizer, dois judeus afiliados ao partido comunista de seu país. Com a crescente perseguição aos judeus e comunistas, Motel fugiu para o Brasil, em 1929, retornando à Romênia em 1932 para buscar as filhas Bertha e Genny, após o suicídio de sua esposa Rosa.

 

Os três retornam ao Brasil, estabelecendo-se no Rio de Janeiro, na Praça XI, onde se concentrava a comunidade judaica. Sua irmã Genny, militante da Juventude Proletária e Estudantil, mudou-se para São Paulo onde veio a ser presa e deportada à Alemanha nazista, em 1935, pelo Governo Vargas. Foi resgatada pelo Partido Comunista Francês e, logo após, casou-se, foi à Venezuela e, posteriormente, fixou-se nos Estados Unidos até sua morte, em 1999. Em meio aos acontecimentos, Motel Gleizer deixou Bertha aos cuidados do Partido Comunista Brasileiro para ir à França em busca da filha deportada, Genny. Por fim, uma das versões conta que Motel foi preso pelos nazistas e enviado a um campo de concentração onde morreu. Outra versão relata que Motel teria vagado por várias cidades na França, onde contraiu tuberculose e morreu.

 

Com tais acontecimentos, Bertha com 12 anos, e sob a proteção do Partido Comunista Brasileiro, mudou-se para São Paulo, retirou a letra H de seu nome e passou a chamar-se Berta, agora sem a letra “H”. Tendo cursado datilografia aos 16 anos, começou a trabalhar e mudou-se para um pensionato, tendo apenas um quarto como seu próprio espaço. Ela conclui seus estudos no curso Técnico de Contabilidade, na Escola de Comércio Álvares Penteado, também em São Paulo.

 

Em 1946, já filiada ao Partido Comunista Brasileiro, Berta conheceu Darcy Ribeiro, por meio de um amigo. Logo depois começaram a namorar e se casaram em 1948.  Neste mesmo ano, Berta e Darcy foram a um trabalho de campo nas aldeias dos indígenas Kadiwéu, Kaiwá, Terena e Ofaié-Xavantes do Sul do Mato Grosso. Esta foi a primeira de muitas expedições de trabalho de campo junto aos indígenas feita por Berta.

 

Fontes: Callado, Ana Arruda. Berta Ribeiro: aos índios, com amor: uma biografia. 1.ed.- Rio de Janeiro: Batel, 2016.

 

Fundação Darcy Ribeiro. 2009. Fazimentos. Caderno 7: Berta Ribeiro. Rio de Janeiro: Fundação Darcy Ribeiro.

Arquivo Central - (ACE) · expositor 2-4

 

 

Mais imagens disponíveis no AtoM-UnB:

  • Berta entre amigos:

BGR FOTO_p_00.1931_001: https://www.atom.unb.br/index.php/bgr-foto-p-00-1931-001

BGR FOTO_p_00.1931_006: https://atom.unb.br/index.php/bgr-foto-p-00-1931-006

BGR_FOTO_p.00.1931_030: https://atom.unb.br/index.php/bgr-foto-p-00-1931-030

  • Berta Gleizer Ribeiro com sua irmã Jenny Simoza e sua sobrinha, Renée Simoza.

BGR FOTO_p_1950_001: https://atom.unb.br/index.php/bgr-foto-p-00-1950-001

  • Retrato de Berta Ribeiro do ano de 1952:

DR FOTO 036_001: https://atom.unb.br/index.php/dr-foto-036-001

  • Berta e Darcy Ribeiro juntamente com Josefina Augusta da Silveira Ribeiro (D. Fininha), mãe de Darcy – no ano de 1953.

DR FOTO 043_001: https://atom.unb.br/index.php/dr-foto-043-001

  •  Berta Gleizer Ribeiro e Renée Simoza, sua sobrinha.

BGR FOTO p_1960.2_003: https://atom.unb.br/index.php/bgr-foto-p-00-1960-2-003

 

Arquivo Central - (ACE) · expositor 2-6